Em uma sala silenciosa na delegacia ficava o Sr. Odis, um
importante policial, muito experiente, com vinte e três anos de profissão, que
já prendeu e matou muitos criminosos naquela cidade grande. Ele estava
concentrado tentando desvendar um crime acontecido em um riacho na periferia
quando o telefone tocou despertando-o de seu raciocínio. A chamada era uma
denúncia de um grito ouvido numa fazenda abandonada próxima à cidade. Ele
anotou o endereço, chamou um ajudante novato e partiram rapidamente até o local
onde o grito foi ouvido.
Chegando lá
ele viu malas conhecidas jogadas no chão do lado de fora da casa da fazenda,
perto de uma cerca de madeira destruída e ficou confuso sem se lembrar de quem
eram. Desceram do carro, ele com os olhos arregalados, tentando se lembrar onde
tinha visto aquelas malas antes. Ao entrar perceberam que a casa estava
silenciosa, suja e sinistra, tinha janelas quebradas por onde entrava pouca
luz. Havia teias de aranhas, insetos e morcegos que davam calafrios nos dois policiais.
Entraram cuidadosamente, de ponta de pé, quando começou uma ventania fazendo as
portas rangerem acabando com o silêncio da casa, deixando o ajudante com medo e
tentando sair, mas as portas se trancaram brutalmente, fazendo um barulho
amedrontador. Eles ficaram aterrorizados, mas o Sr Odis tentou acalmar o novato
quando ouviram uma risada macabra vinda de uma pequena porta no chão que estava
se abrindo. Foram verificar com lanternas nas mãos descendo as escadas
rapidamente, fazendo-a quebrar, derrubando-os no chão úmido daquele porão
sombrio.
Odis tentou
se levantar quando percebeu que sua mão estava suja e molhada, olhou para o
chão, viu que havia muito sangue e logo percebeu que seu ajudante estava
desmaiado. Procurou a lanterna, mas não encontrou, mesmo assim, seguiu a trilha
de sangue até que sentiu um corpo gelado. A escuridão era tão intensa que ele
não conseguiu identificar o corpo. De repente um celular tocou e ele percebeu
que era da vítima. Pegou o celular e iluminou o rosto da vítima, percebendo,
aterrorizado, que era seu querido filho Júlio. Odis ficou petrificado, com o
celular na mão foi voltando a si e chamou reforço policial.
Depois de
entrarem pela porta arrombada, os policiais tiraram os dois colegas do porão e
começaram a investigar. Viram que não havia digitais, pegadas ou outras pistas
dificultando a investigação. Mas o corpo de Julio tinha marcas profundas de
facadas nas costas, o que impressionava o pálido Odis que estava verificando as
malas do filho, onde encontrou um recorte de jornal com a reportagem sobre a
morte de um sanguinário assassino. Odis percebeu que aquele assassino havia
sido morto por ele em uma emboscada há alguns anos, prometendo vingança.
Após alguns
dias de investigação sem resultados Odis volta à fazenda para ter certeza que
seu filho foi atraído pra lá, talvez por um grito de socorro que, em sua
cabeça, podia ser do fantasma do assassino.
Odis estava
indo embora quando ouviu a gargalhada macabra e voltou correndo para dentro da
casa na esperança de encontrar o assassino de seu filho. Mas não viu nada,
apenas sentiu um suspiro atrás de si. Virando-se viu uma névoa que se
transformou na imagem do assassino do jornal, que colocou a mão em seu ombro
lhe dando a visão da morte de seu filho. Ele viu, em um clarão, Júlio voltando
de viagem num táxi pela rodovia e decidiu ajudar. Julio entrou na fazenda onde
foi apunhalado violentamente pelo fantasma e empurrado escuro aos berros
agonizantes. O taxista, apavorado, jogou as malas para fora e fugiu em seu
carro, de onde ligou para a polícia fazendo a denúncia. Odis, em transe pela
visão, também foi apunhalado e morreu no chão frio e sujo da casa da fazenda do
assassino do jornal.
Texto coletivo dos alunos do 5° ano C.
Produzido em 25 e 26 de julho de 2017.
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