domingo, 5 de março de 2017

Carnaval 2017

Este ano aconteceu o primeiro carnaval da escola municipal prof.º Oldemar Stobbe. Depois de trabalharmos marchinhas de carnaval antigas, principalmente Ô Abre Alas de Chiquinha Gonzaga.

Ô abre alas
A pioneira marchinha de carnaval não conheceu publicação, como tal, em vida da compositora. Criada durante ensaio do cordão Rosa de Ouro no Andaraí, bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro, onde residia a maestrina na ocasião, a despretensiosa marchinha foi inspirada no andamento do cordão, que sabemos utilizar a procissão religiosa como matriz. Nascia ali, em fevereiro de 1899, a marchinha, um gênero novo que ainda prestaria grandes serviços ao carnaval carioca. Até então, a festa que viria a representar a nacionalidade brasileira não tinha música própria. Nos bailes mascarados dos salões, a elite dançava ao som de polcas, habaneras, quadrilhas, valsas e mazurcas, enfim, dos gêneros de dança de salão da época. Nas ruas, o povo se divertia com a percussão do zé-pereira, o som de baterias cadenciadas e canções reaproveitadas: cantigas de roda, hinos patrióticos, chulas, trechos de óperas, árias de operetas, fados lirós, quadrinhas musicadas na hora e até marcha fúnebre. É certo que ranchos e cordões, na virada do século XIX para o XX, já se utilizavam de certas canções, inclusive um tipo de marcha apropriada no andamento, e bradavam também a palavra de ordem para abrir passagem na multidão. Mas uma música especialmente concebida para a festa não ocorrera a nenhum compositor. Chiquinha Gonzaga fixou definitivamente o gênero ao criar a canção carnavalesca. Com isso ela se antecipou em 18 anos, pois só a partir de 1917 o carnaval passaria a ter música regularmente. Incapaz de prever o que a posteridade reservava à sua singela marchinha, Chiquinha a incluiu na peça de costumes cariocas Não venhas!…, representada no Teatro Apolo em janeiro de 1904. Logo publicada por seu editor como ‘dobrado carnavalesco’, servia ao enredo da peça como o maxixe do cordão Terror dos inocentes. Só em 1939, quando a jornalista Mariza Lira preparava a primeira biografia da compositora, Ó abre alas foi publicada na sua integralidade, já reconhecida como pioneira. Por décadas, a marchinha foi gravada, ora arranjada ora enxertada. Dos registros fonográficos mais curiosos estão a de Mário Pinheiro, Cordão carnavalesco (Flor do Enxofre Vermelho), para a Odeon Record, em 1905, e a da Banda da Casa Edison, arranjada pelo maestro regente Santos Bocot, em disco Odeon de 1911. A primeira gravação da canção na íntegra foi feita pelas cantoras Linda e Dircinha Batista, em 1971, quando a memória coletiva já a consagrara como um clássico do cancioneiro brasileiro, como um pedido de passagem do “povo da lira” para a vitória – no carnaval e na vida. A maestrina escreveu a marchinha também para pequena orquestra: piano e canto, 1º violino, 2º violino, contrabaixo, violoncelo, trombone, 1º e 2º trompetes, clarineta (si b). Ó abre alas recebeu gravação de Antonio Adolfo (teclados), com Nilson Chavez (voz) e Vital Lima (voz), em 1985; novamente Antonio Adolfo (piano), com Cláudio Spiewak (violão), Gabriel Vivas (contrabaixo) e Ivan Conti (bateria), em 1997, e, no seu centenário, em 1999, foi gravada por Maria Teresa Madeira (piano); Clara Sverner (piano) com Paulo Moura (sax alto); Marlene, Emilinha e Ângela Maria (voz) com Leandro Braga (piano); Turíbio Santos (violão); Leandro Braga (piano) com Zero (percussão) e Adriano Giffoni (baixo); e Rosamaria Murtinho, elenco e músicos da montagem da peça Ó abre alas, de Maria Adelaide Amaral, com arranjo vocal de Cláudio Botelho. Em 2000, teve gravação por Anna Maria Kieffer (voz) e Achile Picchi (piano).

Fonte: http://www.chiquinhagonzaga.com/acervo/?musica=o-abre-alas





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